terça-feira, 7 de junho de 2011

SP: funcionários da Webjet ficam presos em bagageiro de avião

Funcionários da Webjet gritaram por socorro e bateram no teto do compartimento de cargas até serem percebidos


Porta do avião, um Boeing 737-300 que ia para o Rio de Janeiro, estava fechada, mas ele não chegou a decolar

Dois funcionários da empresa aérea Webjet ficaram presos no compartimento de cargas de uma aeronave que seguiu voo, ontem, do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, para o Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

Por cerca de três minutos eles ficaram batendo no piso do avião e gritando por socorro, segundo passageiros relataram à Folha.

A porta do avião, um Boeing 737-300, estava fechada, com todos passageiros dentro, mas ele não chegou a decolar. Os funcionários foram soltos, sem ferimentos, antes que a aeronave se movimentasse.

Um supervisor da Webjet, que se identificou só como Fábio, confirmou que um funcionário ficou preso no voo 6765, mas disse que a porta do compartimento ainda não tinha sido fechada.

Segundo ele, três funcionários trabalhavam no carregamento da aeronave. Um ficou na porta do bagageiro, outro no meio e um terceiro no fundo. Devido ao grande número de malas, um funcionário teve a visão encoberta por uma "torre" de bagagens. Quando percebeu que o colega da porta tinha saído, começou a pedir ajuda.

"Ele já ficou com medo de virar picolé, pois aqui no aeroporto tem muita história disso. Mas são lendas", afirmou o supervisor.

Comissárias, no entanto, disseram aos passageiros que dois funcionários estavam presos no bagageiro.

Segundo os passageiros, o comandante da aeronave não disse o que havia acontecido, só comissárias falaram.

Apesar do susto, o atraso no voo foi inferior a dez minutos, dizem os passageiros.

Perigo

Caso ficassem presos no porão durante o voo, que tem duração aproximada de uma hora, os dois homens poderiam ter ferimentos graves e até morrer devido ao frio e ao balanço do avião, segundo o diretor de segurança do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho.

Ele diz que o bagageiro é pressurizado, mas não há aquecedor, por isso temperatura varia de 5C a 8C.

Procurada por telefone e e-mail, a assessoria da Webjet não se manifestou. 

A Infraero (estatal que administra o aeroporto) disse que não foi notificada e que, como o avião não decolou, era a empresa quem deveria se pronunciar. 


fonte:  Afonso Benites, Cristiane Capuchinho e Silvia Freire (jornal Folha de S.Paulo)

Colisões entre aviões e aves aumentam 10% em 2010

Plano Básico de Gerenciamento do Risco Aviário investiga os casos.

Os chamados 'birdstrikes' já mataram dois pilotos militares no Brasil.

Vistas no ar, aves parecem inofensivas. Perto de um avião, porém, podem causar estrago: o número de colisões entre pássaros e aeronaves nos aeroportos chegou a quase mil em 2010, alta de 10% em relação ao ano anterior. O perigo fez o Centro de Investigação e Controle de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) criar no mês passado um Plano Básico de Gerenciamento do Risco Aviário para investigar os casos.

Em casos extremos, uma batida dessas pode derrubar um avião. Mas o mais comum é provocar perda total nos motores, ferimentos na tripulação e atrasos para o passageiro. "Parece bobagem, mas imagine uma aeronave a 250 km/h se chocar com um pássaro de 3 quilos, também em movimento. Pode ser fatal", explica o coordenador de Ciências Aeronáuticas da Estácio de Sá, o piloto Marcus Reis.

Os chamados "birdstrikes" já mataram dois pilotos militares no Brasil e deixaram cegos pelo menos mais dois. Os números são estimados - o Cenipa acredita que as colisões reportadas representam apenas 25% do universo real dos acidentes. Como os relatos são voluntários, muitos ficam só na suspeita e nem sempre o piloto percebe que bateu em ave. "Nos Estados Unidos, quando há acidente ou pane inexplicada, fazem teste de DNA para descobrir se tem restos de aves", explica o major Henrique Rubens, gerente do setor de Risco Aviário do Cenipa.

Em colisões "cotidianas", os sinais geralmente aparecem em forma de prejuízo milionário para as companhias. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) estima perda de U$ 3 bilhões por ano para as empresas. "O custo indireto é ainda maior. O avião quebra, tem de retornar. O passageiro perde a viagem e a companhia, a credibilidade", diz o diretor técnico do Snea, Ronaldo Jenkins.

Nos lugares com mais colisões, as causas não são mistério: até 2009, o recordista era o Galeão, no Rio, que tem como vizinho o Aterro de Gramacho, considerado o maior lixão da América Latina. Ele apresentou queda, mas hoje ainda ocupa o quarto lugar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

fonte: Agência Estado via G1

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07/06/2011